A presidenta da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, disse hoje que uma auditoria interna está investigando duas linhas de crédito fornecidas em ano eleitoral para pessoas de baixa renda: o SIM Digital e o consignado do Auxílio Brasil.
A afirmação, feita pelo Twitter, ocorre um dia depois de reportagem do UOL revelar dados sobre os dois programas, incluindo um calote bilionário no SIM Digital, que será custeado com recursos do FGTS e o calendário eleitoral da concessão do consignado do Auxílio Brasil.
“Tanto o Consignado do Auxílio Emergencial quanto o programa de Microfinanças estão sendo investigados pelos órgãos de controle, fiscalização e pela auditoria interna.”
Rita Serrano
“Ao assumir a presidência, deparei-me com os desafios decorrentes das iniciativas adotadas pela gestão anterior, especialmente os programas Consignado do Auxílio Emergencial e de Microfinanças, implementados durante o governo Bolsonaro (…) Tomei a decisão de paralisar por completo as operações desses programas.”
Rita Serrano
Em relação à inadimplência, a presidenta da Caixa confirmou que gira em torno de 80% no caso do SIM Digital. Já a inadimplência do consignado do Auxílio Brasil “ainda se mantém sob controle, visto que os pagamentos são descontados na fonte”.
Presidenta confirma dados do UOL, antes sonegados pelo banco
Na manifestação no Twitter, Rita Serrano citou diversos números apurados pela reportagem, confirmando os dados, e acrescentou que a Caixa tem “compromisso com a transparência e a prestação de contas”.
A Caixa, no entanto, se negou a fornecer todos os números solicitados pela reportagem, desde o início da apuração, em novembro do ano passado. A assessoria do banco chegou até a dizer que os números levantados com outra fonte sobre o SIM Digital estavam errados, tentando dissuadir o UOL a publicá-los. Depois, recuou.
Foram feitas diversas tentativas de obter informações junto à Caixa: via assessoria de imprensa, pela Lei de Acesso à Informação, por participação em evento público, em que estava Rita Serrano e interpelação direta à presidenta.
Atualmente, o UOL aguarda julgamento por instâncias superiores de dois pedidos negados pela Caixa pela Lei de Acesso, relacionados ao tema da reportagem. O Ministério do Trabalho e Empreg